domingo, 29 de novembro de 2015

The Bad Seed - A Semente Maldita, 1956

 A Semente Maldita 



De aparência doce, modos perfeitos e olhar angelical, Rhoda (Patty McCormark),é capa das maiores atrocidades para conseguir o que deseja.

Christine (Nancy Kelly),  é uma mulher feliz e uma mãe zelosa, além de ser filha de um grande escritor criminalista, fato este do qual se orgulha. Mas, desde pequena, Christine sempre teve a suspeita de que fora adotada.

Certo dia, durante um piquenique na escola, um fatal ''acidente'' ocorre com Claude Daigle, um garotinho de oito anos, que falece após cair em um piér e se afogar.

Claude, coleguinha de sala de Rhoda, havia ganho a única medalha de ouro da escola, medalha esta que Rhoda desejava ter ganho.

Ao saber da notícia, Christine teme pelo trauma que sua filhinha ficaria, mas se surpreende ao ver a garota agir normalmente, como se nada tivesse acontecido.

Após receber queixas sobre Rhoda, Christine acha, na gaveta de ''tesouros'' de sua filha, o que nunca gostaria de ter achado: a medalha de Claude.

Suspeitando que Rhoda tenha algum envolvimento com a morte do garoto, a mãe interroga a filha, que nega qualquer acusação.

O único que percebe o monstro que Rhoda é, é o zelador LeRoy, que é tão maldoso quanto Rhoda e conhece suas reais intenções, assim como ela as dele.

Vivendo com a desconfiança, Christine decide revirar seu passado e confirma, após muito insistência, que seu pai lhe diga toda a verdade: Richard não é seu verdadeiro pai. Ela foi adotada e veio de uma família terrível. Ela é filha de uma famosa assassina, Bessie Denker, cuja a mesma começou a assassinar pessoas na infância.

Juntando as peças deste quebra-cabeça, Christine percebe que Rhoda, a sua amada filha, é a verdadeira assassina de Claude. Após a garota confessar o crime, Christine também descobre que, há algum tempo atrás, Rhoda também assassinou uma idosa, apenas para ficar com um globo de neve, com um peixinho dentro.

Assim como Christine, LeRoy também sabe toda a verdade sobre esta terrível criança, mas acaba se dando mal, após brincar com a garota.

Temendo que algo de mal aconteça ao seu bebezinho, Christine toma uma medida drástica e brutal contra sua filha e a si mesma.


Em 1956 o tema ''criança assassina'' ainda era um tabu para a sociedade. Ninguém poderia imaginar que uma criança de oito anos seria capaz de tais atrocidades.

O livro ''A Semente Maldita'' foi um sucesso de vendas durante toda a década de 1950, até que finalmente foi levada às telas a história de Rhoda e Christine, sendo um dos maiores sucessos do ano e trazendo a primeira criança vilã do cinema, o que influenciou uma leva de filmes com vilões mirins, como A Órfã,  O Exorcista, A Aldeia dos Amaldiçoados, A Profecia e mais uma grande quantidade de filmes com essa temática.

Patty McCormak brilha como a malígna Rhoda, sendo indicada ao Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante por esse papel e arrecadando mais diversos prêmios, além da aclamação da crítica e o reconhecimento mundial.

Nancy Kelly também brilha, assim como todo o restante do elenco, porém, junto com Patty, a atriz Eileen Heckart, que interpretou a frustrada e bêbada mãe do finado Claude, também deu um verdadeiro show de atuação, tendo disputado com Patty McCormak o Oscar e o Globo de Ouro de Melhor Atriz Coadjuvante. Ambas não venceram o Oscar, mas Eileen ganhou o Globo de Ouro por sua atuação.

A Semente Maldita/ A Semente do Mal/ A Tara Maldita, é mais do que um filme. É uma obra-prima. É obrigatório para qualquer amante da sétima arte.

Curiosidades

Alfred Hitchcok se negou a dirigir o longa.

Bette Davis manifestou interesse em interpretar Christine, porém a Warner decidiu manter o elenco original da peça da Broadway.

A canção que Rhoda toca no piano é a tradicional canção francesa infantil ''Au Clair de La Lune''.

Após este filme, Nancy Kelly dedicou-se apenas trabalhos no teatro e na televisão.

No final do livro, Christine morre e Rhoda sobrevive. Entretanto, devido as padrões da época, o final foi alterado, tendo Christine sobrevivendo ao tiro na cabeça e Rhoda sendo atingida por um raio.

A mãe assassina de Christine, Bessie Danker, foi inventada, mas todos as outras assassinas mencionadas no filme são reais.

O filme foi irregularmente batizado de ''A Tara Maldita'', no Brasil. O título bizarro foi mudado para ''A Semente Maldita/A Semente do Mal'', após seu lançamento em dvd.

Abaixo, confira o trailer de A Semente Maldita:





domingo, 6 de setembro de 2015

Marcelino Pão e Vinho - Marcelino Pan y Vino

Marcelino Pão e Vinho - Marcelino Pan y Vino, 1955.

O filme conta a singela historinha de Marcelino, um garotinho de cinco anos que vive fazendo travessuras no mosteiro onde mora com os doze frades que o criaram.

Em um povoado da Espanha, três frades pedem a permissão das autoridades locais para construírem um mosteiro em um determinado local da região.

Os três frades trabalham duro para conseguir construir o mosteiro, que, em pouco tempo já está funcionando, e agora com nove frades a mais.

O tempo passa, e, em um certo dia, o frade porteiro encontra um recém-nascido abandonado na porta do mosteiro. 

Os frades o acoelhem, e, como era o dia de São Marcelino, batizam a criança de Marcelino, e assim começa um extensa busca pelos pais da criança.

Perca de tempo. Os pais de Marcelino não foram encontrados, e ninguém quis ficar com o garotinho.

Os doze frades o criam, pretendem fazer dele um frade. 

Cinco anos se passam e Marcelino já é uma linda criança, robusto e muito ativo. E levado, também! 

Como as travessuras de Marcelino começam a fazer os frades perderem a cabeça - literalmente, é claro -, eles começam a castigar o menino com um certo tipo de rejeição, e impõem uma ordem ao pequeno menino: ''nunca suba aquela escada. Nunca! Lá tem um homem grandão que vai te levar embora para sempre. Para sempre!''.

Com medo, Macelino obedece a tal regra, mas, como a sua curiosidade é insaciável, ele decide subir as escadas, descumprindo com a ordem dos frades.

Mas, para a surpresa do garotinho, a única coisa que ele lá encontra é a imagem de Jesus Cristo crucificado e com uma coroa de espinhos. 

O menino, com toda a sua inocência, decide ficar amigo da tal ''imagem'', que ganha vida e conversa diariamente com o garoto.

Indignado com a situação que o seu ''novo amigo'' se encontra, Marcelino começa a levar para a imagem de Jesus um pedaço de pão e um cálice de vinho todos os dias. 

Jesus o batiza de ''Marcelino Pão e Vinho''. 

Em uma dessas conversas com Jesus, Marcelino pergunta à Ele aonde está a sua mãe e a mãe de Jesus. O ''novo amigo'' então explica para o garoto que ambas estão no Paraíso, e que são muito bonitas e boas.

O garotinho pede para que Ele o leve para conhecer as duas. Pedido atendido. Jesus leva Marcelino para conhece-las, fazendo jus ao que os frades disseram ao garoto: ''o homem grandão vai te levar para sempre. Para sempre!''

A partir deste dia, Marcelino tornasse um santo para o povoado, que anualmente realiza uma festa para comemorar o milagre de Marcelino Pão e Vinho.

O interprete de Marcelino, o já falecido Pablito Calvo,  transmitiu uma inocência tão terna neste filme, que chega a ser impossível não querer entrar dentro da tela da televisão e pegar o Marcelino para poder apertar aquelas bochechas gostosas! 

O filme todo é muito inocente, não há malícia, é perfeito tanto para crianças como para adultos. 

Um filme agradável, bem dirigido, com ótimas atuações e uma bonitinha trilha sonora, que inclui a mundialmente famosa ''Canção de Marcelino'', que, aqui no Brasil ganhou uma versão fofíssima, interpretada pela cantora Wilma Bentivegna.

Marcelino Pão e Vinho foi agraciado com muitos prêmios e foi transformado em um desenho infantil de mesmo nome, que foi um grande sucesso.

Abaixo, confira o trailer de ''Marcelino Pão e Vinho'':

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

A Flor do Pântano - Tammy and the Bachelor

A Flor do Pântano - Tammy and the Bachelor

Que a Debbie Reynolds era uma gracinha, todos nós já sabemos. Mas o que não sabíamos, é que a garotinha fofa, baixinha e de voz angelical, poderia ser mais encantadora ainda.

Sim, meus queridinhos, o filme sobre o qual irei falar é o fofíssimo A Flor do Pântano, produção de 1957.

Tammy (Debbie Reynolds), é uma garota de 17 anos muito fofinha, que vive com seu avô e sua cabrinha Nan, no pântano.

Em um dia comum na vida de Tammy, o avião de Pete (Leslie Nielsen) cai no pântano, e Tammy e seu avô o salvam.

Pete passa dez dias na casa de Tammy, sendo muito bem cuidado por ela e por seu avô. Mesmo com poucos recursos, Tammy e o avô fazem com que Pete se cure rapidamente, mas, ao final destes dez dias, Tammy começa a desenvolver mais do que um sentimento de amizade por Pete.

Após a ida de Pete, alguns dias depois, o avô de Tammy é preso pelas autoridades locais, acusado de fazer licor de milho ilegalmente.
O avô, preocupado com a neta, diz que, antes de Pete partir, ele havia prometido cuidar de Tammy, caso acontecesse algo.

Tammy parte para a casa de Pete, levando consigo a sua única amiga, a cabrinha Nan.

Ao chegar na casa do bonitão, a garota é acolhida por ele e seus familiares, que acreditam que o real motivo da ida de Tammy para a cidade, foi devido ao ''falecimento'' de seu avô.

Tammy, na mais pura inocência, conta que, ao invés de estar morto, como todos pensavam, seu avô está na cadeia.

Chocada, a mãe de Pete começa a tratá-la com um certo desprezo, fazendo com que a menina trabalhe e ajude nos preparativos para uma festa que acontece anualmente na região.

Tammy não reclama, pelo contrário, ela adora trabalhar, principalmente quando o assunto é festa, coisa que ela nunca viu na vida.

Mas a convivência com Pete faz o amor de Tammy crescer a cada dia mais, o que nos rende uma linda cena musical no filme, onde Tammy canta uma musiquinha absurdamente fofa, falando de seu amor por Pete.

Pete, porém, esta noivo de Bárbara, uma moça rica e sem a carisma e inocência de Tammy. Aliás, a inocência de Tammy acaba ''encantando'' um paquerador amigo de Pete, que leva a mocinha para passear, mas com segundas intenções.

Percebendo que Tammy, devido a sua inocência, poderia ser mais uma conquista de seu amigo, Pete vai buscá-la, e depois leva a garota para tomar sorvete na cidade, e mostra a ela todas as tecnologias da época, as lojas e as roupas chiques, coisas que, na mente de Tammy, são estranhas.

Na casa de Pete, Tammy é constantemente repreendida por sua falta de educação, dizendo coisas que não convêm serem ditas. Mas não é por maldade que Tammy faz isso. Ela não estudou, tudo o que sabe aprendeu com o avô, e além disso, foi criada no pântano, não sabe os costumes e os modos da cidade grande.

Chega o dia da festa, e Tammy conquista a todos os visitantes, fazendo todos pararem para escutar sua historinha doce e sem malícia, o que faz da festa um grande sucesso.

Os dias passam, e Tammy se sente cada vez mais rejeitada por Pete. A garota pega sua cabrinha e parte de volta ao pântano.

Ao saber da partida de Tammy, Pete finalmente se dá conta de que ama Tammy, e parte em busca do seu verdadeiro amor.

Aquela moça evoluída e com a voz perfeita de Cantando na Chuva, que em 1952 encantou o público, volta a nos presentear com mais uma interpretação magnífica e com a sua doce voz. A Flor do Pântano foi um grande sucesso da época, e a música tema, cantada por Debbie (Tammy is in Love), fez com que o vinil da trilha sonora do filme vendesse milhares de cópias, e consolidou Debbie como uma das maiores vozes da época.

Leslie e Debbie não possuem muita química, pois ela parece ser a irmã mais nova dele, não a ''namorada''. Mas quando se juntam, o público fica fascinado pelas interpretações simples e encantadoras, que fez com que esse filminho ''água com açúcar'' se tornasse um verdadeiro sucesso.

A Flor do Pântano não é um grande filme, mas vale a pena ser visto e revisto várias vezes, principalmente por todos os que adoram uma comédia leve, sem malícia e apaixonante.

Abaixo, confira o trailer de A Flor do Pântano:





Obs: o filme está disponível legendado no Youtube. Confira:



Um Caminho para Dois - Two For The Road

Um Caminho para Dois - Two For The Road

Todos já sabem que eu sou fã da Audrey Hepburn, que ela é a minha atriz preferida e etc., mas esse não é o único motivo que me faz escrever sempre sobre ela.


A questão é que praticamente todos os filmes de Miss Hepburn são fantásticos, assim como ela dá um show de interpretação em todos eles. 

O filme de hoje merece uma posição de destaque entre os filmes mais românticos já produzidos, não só por sua história realista, mas pelas maravilhosas interpretações de Audrey Hepburn e de seu co-estrela, Albert Finney. E sem contar a bela canção de Henry Mancini, que me faz chorar todas as vezes que ouço. A melodia é fantástica, e a letra é um retrato fiel do casamento de Joanna e Mark.

O filme começa sem 1967, com o casal Joanna (Audrey Hepburn) e Mark (Albert Finney) embarcando em uma viagem de avião ( e posteriormente de carro), onde eles relembram vários momentos que passaram juntos, antes e durante o casamento. 

Joanna é uma jovem tímida -supostamente virgem, como sugere Mark, alegando que ele tem um dom especial para reconhecer virgens-, que viaja junto com outras garotas do coral em que faz parte. Em uma dessas viagens, o carro onde elas estão quebra, e então aparece o boêmio arquiteto Marcus Wallace/Mark (Albert Finney), um rapaz sonhador que passa os dias viajando pelo país à procura de chances, e também aproveita para fotografar diversas arquiteturas.


Para o azar das garotas, todas pegam catapora, exceto Joanna, que parte em viagem junto com Mark. A princípio, Mark não gosta muito da ideia de tê-la como companheira de viagem, e os dois chegam até a se separarem, durante uma carona e outra, mas se reencontram em seguida.

Durante o tempo em que viajam, os dois passam por diversos momentos cômicos e românticos, até que Mark se vê apaixonado pela ''garota tímida'' e a pede em casamento.

Mas esse casamento foi se desgastando com o tempo. Brigas, traições por ambas as partes, a gravidez e o nascimento da filha, Caroline, foram elementos fortes que fizeram com que o casamento de Joanna e Mark fosse se desgastando pouco a pouco.

O filme, embora se passe em 1967 (ano de seu lançamento), mostra diversas etapas da vida do casal, desde o dia em que se conheceram, a viagem com um casal de amigos e sua filha, a gravidez e o nascimento de Caroline, as traições, as viagens seguintes e etc. Contudo, o filme não especifica exatamente as datas, mas o cabelo e o figurino de Audrey estão sempre mudados nos ''flashbacks'', o que faz com que o público tenha uma noção de tempo. Mark, porém, continua o mesmo.

Stanley Donen, um dos mais famosos diretores daquela época e um gênio cinematográfico, fez de Um Caminho para Dois um de seus melhores filmes. Uma trama simples, mostrando a vida de um casal em conflito, ao longo dos anos e como superaram isso. 

Os diálogos são fáceis, ora cômicos, ora românticos, sarcásticos ou cínicos. 


A doce Audrey Hepburn, a queridinha número um do público, desde a sua estreia em A Princesa e o Plebeu, em 1953, ficou hesitante em aceitar o papel de Joanna, devido as francas cenas de sexo, os palavrões e a infidelidade. Audrey temeu perder a admiração de seu público, que sempre a mantiveram como a terna princesa Ann, como a garota que nunca perderia o encanto, a incapaz de falar um palavrão ou fazer qualquer coisa errada. 

A personagem tem muito a ver com sua interprete, exceto pelas atitudes pouco admiráveis e a infidelidade. Na época em que o longa foi filmado, o casamento de Audrey com o ator Mel Ferrer já estava muito desgastado, passando por uma crise terrível, o que fez com que Audrey desenvolvesse um affair com o seu co-protagonista, Albert Finney.

''Quando Albert chegava, a senhorita Hepburn imediatamente abria um enorme sorriso. Ela ficava feliz perto dele, e ele perto dela. Nunca ela fora tão feliz em uma filmagem. Albert tinha o poder de alegra-la, de fazê-la esquecer seus problemas.'' - Relato de um dos membros da equipe de produção do filme.

Entretanto, o romance dos dois durou apenas durante as filmagens. Em 1968, Audrey e Mel Ferrer se divorciaram. 

Mas voltando ao assunto, que se refere justamente as atuações, Albert Finney esteve excelente, porém um pouco imaturo demais no papel de Mark. 


E, como eu citei logo no início, a trilha sonora de Henry Mancini é um show à parte. A melodia é doce, delicada, romântica e comovedora, um retrato mais do que perfeito da vida do casal Joanna e Mark Wallace. Não tem como não se apaixonar. 

Um Caminho Para Dois é um filme excelente, com um bom roteiro, uma boa direção, uma trilha sonora fantástica e atuações ótimas, destacando principalmente a de Audrey Hepburn, é claro.

Um filme que não pode deixar de ser visto pelos fãs da eterna Bonequinha de Luxo, e pelos eternos apaixonados. 

Curiosidades

Audrey Hepburn só aceitou o papel depois de muita insistência de Stanley Donen.

Audrey Hepburn tinha hidrofobia, o que dificultou suas cenas em uma piscina.

Este filme é primeiro em que Audrey teve de ficar nua. Entretanto, as cenas foram censuradas e nunca chegaram aos cinemas.

Henry Mancini considera o tema de Two for the Road a sua melhor obra.

A Academia Cinematográfica ficou em dúvida se indicava Audrey pelo papel de Joanna ou pelo de Suzy, sua personagem em ''Um Clarão nas Trevas''. 

Durante as filmagens, o casal de atores protagonista tiveram um breve affair,
Abaixo, confira o trailer de Um Caminho para Dois:



segunda-feira, 13 de abril de 2015

A Ponte de Waterloo - Waterloo Bridge

A Ponte de Waterloo

Olá, queridos leitores.

Depois de dois meses sem postar aqui, finalmente arranjei um tempinho para poder falar de um filme lindo e emocionante, que conta com atuações
divinas e músicas belíssimas.

Sabem qual é? A Ponte de Waterloo, de 1940.

Sem sombra de dúvidas A Ponte de Waterloo foi um dos poucos filmes que conseguiu me comover a ponto de me fazer chorar.

Durante a Primeira Guerra Mundial, Roy, um soldado que está de partida encontra acidentalmente com a bailarina Myra, uma linda jovem que não espera muito da vida.

Roy ajuda Myra a se esconder de um bombardeamento, e instantaneamente se tornam amigos. Myra o convida para vê-la dançar na noite em questão, porém Roy diz a ela que não poderá ir.

Mas, para a surpresa de Myra, ela vê Roy na plateia, e este lhe envia um bilhete para que possam se encontrar mais tarde.

Entretanto, o bilhete vai parar nas mãos da rigorosa professora de Myra, que a proíbe de se encontrar com  Roy. Mas com a ajuda de sua grande amiga Kitty, Myra consegue se encontrar com Roy, e nessa mesma noite eles se apaixonam.

Na manhã seguinte, em pleno um dia chuvoso, Roy aparece até o local onde Myra vive com suas amigas e a pede em casamento. Como Roy está de partida, quer se casar imediatamente, porém não é possível.

Roy parte e deixa Myra com a promessa de voltar e se casar com ela, e deixa sua mãe para que cuide de Myra.

Mas, no dia em que Myra vai conhecer a mãe de Roy, ela se depara com um jornal que conta sobre a notícia da morte de Roy. Desolada, Myra tenta esconder da mãe do rapaz a verdade, porém só faz com que ela tenha uma má impressão, e deixando Myra só.

Despedida do emprego e passando fome, Myra não vê outra alternativa senão se prostituir.
O tempo passa, e quando Myra vai à estação atrás de novos clientes, se depara com Roy saindo de um trem.

Espantada em vê-lo, Myra fica feliz em reencontrar o seu grande amor.

Eles então planejam se casar o quanto antes, mas Myra se sente envergonhada pelo seu passado e não tem coragem de contar a Roy o que fizéra para sobreviver.
Desiludida e com medo de perder o amor e o respeito de Roy, Myra o deixa e volta para Londres, onde comete suicídio, deixando Roy para sempre desolado.

Um ano após o estrondoso sucesso de ''E O Vento Levou'', Vivien Leigh surpreende mais uma vez o público com tamanhã beleza e atuação impecável, fazendo de A Ponte de Waterloo um dos melhores filmes daquele ano e um clássico a ser lembrado.

Já Robert Taylor também deu um verdadeiro show ao interpretar Roy, pois diferente dos personagens anteriores de Taylor, Roy era o mais maduro e cativante.

A fotografia em preto e branco é excelente, os cenários são bem feitos e a trilha sonora é um show à parte.
É emocionante ouvir Roy se lembrando de seu grande amor ao som de ''Farewell Waltz''.

A Ponte de Waterloo não é daqueles clássicos que marcaram época, mas vale a pena ser visto e resvisto várias vezes, não só pela história cativante, mas também pelas atuações espetaculares e para comprovar que Vivien Leigh é muito além da Scarlett O'Hara.

Curiosidades

Mesmo sendo um astro conhecido pelo público antes de Vivien Leigh, Robert Taylor fora creditado em segundo lugar, pois o estúdio achou que colocando o nome de Vivien em destaque, devido ao estrondoso sucesso de ''E O Vento Levou'', atrairia mais o público.

Vivien Leigh alegou em diversas entrevistas que ''A Ponte de Waterloo'' era o filme que mais gostou de fazer, assim como Myra era sua personagem preferida. Assim também alegava Robert Taylor, quando questionado sobre seu filme e personagem predileto.

Laurence Olivier esteve cotado para dar vida ao personagem Roy, porém o papel acabou ficando com Robert Taylor.

Vivien Leigh e Robert Taylor já haviam atuado juntos em 1938, no filme ''Um Ianque em Oxford''.

Abaixo, confira o trailer de ''A Ponte de Waterloo'':



terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Uma Rua Chamada Pecado - A Streetcar Named Desire

Depois de alguns meses, finalmente eu criei vergonha na cara e decidi escrever aqui novamente.


''Hey, Stella!''

Sim, a resenha de hoje é sobre  o filme da minha vida, uma das maiores obras-primas cinematográficas já produzidas, Uma Rua Chamada Pecado, de Tennesse Williams e com a
estupenda direção de Elia Kazan.

No elenco, nada mais, nada menos do que dois dos maiores monstros da atuação: Vivien Leigh e Marlon Brando. Além de ter Kim Hunter e Karl Malden, que fizeram um ótimo trabalho como Stella e Mitchell.

Blanche DuBois é uma mulher viúva que leciona inglês no secundário de uma escola em Auriol. Mesmo já estando na casa dos trinta anos de idade, ainda mantêm-se muito atraente, despertando os olhares masculinos, inclusive de rapazes mais jovens. Blanche gosta da cultura, da virtude e do romantismo, o que usa para esconder seus sentimentos de desilusão e solidão.

Blanche decide ir ''passar uns tempos'' na casa de Stella, sua irmã mais nova, em Nova Orleans, alegando que está de licença do trabalho, devido a problemas relacionados aos nervos.

Stella é casada com Stanley Kowalski, um polonês extremamente mal-educado e dono de uma beleza irresistível, que logo começa a implicar com a presença da cunhada em sua casa, alegando que ela é falsa, fingida e dissimulada.


Blanche vive num mundo de fantasia, crê que, quando ela menos esperar, seu príncipe encantado aparecerá e a levará para viver com ele e dar a ela a vida com a qual sempre sonhou.

Mas não é assim que as coisas acontecem.

Blanche conhece Mitchell, amigo de Stanley, que logo se apaixona e decide engatar um romance com ela.

Porém, Stanley, que já não suporta mais as farsas da cunhada, decide investigar seu passado, e acaba descobrindo que a cunhada não é a imaculada que sua esposa e Mitchell imaginam, mas que, na verdade, ela esconde um passado obscuro, o que certamente poderá arruinar seu noivado com Mitchell e desmascara-la de vez.


O filme em si é puro teatro. Desde os diálogos as atuações, Uma Rua Chamada Pecado é como uma peça de teatro filmada.

Vivien Leigh e Marlon Brando deram um verdadeiro show de interpretação na pele de Blanche e Stanley.

Vivien Leigh se consagrou como a maior atriz da época, mostrando que ela era muito mais além do que a Scarlett O'Hara de ''... E O Vento Levou''.
Ela nos faz amar  e odiar Blanche com a sua atuação perfeita, seus diálogos fantásticos e suas caras e bocas que sempre nos causam uma enorme sensação de satisfação quando a vemos em cena.

Merecidamente, Vivien ganhou seu segundo Oscar de Melhor Atriz. Porém o trunfo teve um preço caro.

Vivien sofria de tuberculose crônica  e era ''maniaca-depressiva'' - hoje conhecida como ''transtorno bipolar'', interpretar Blanche só piorou sua situação. Vivien declarou:

'' Blanche é uma mulher da qual tudo foi arrancado, e eu a entendo, mas interpreta-la me fez mergulhar na loucura. ''

E Marlon Brando, logo na sua estreia no cinema, deu um banho de atuação, arrematando vários elogios por parte da crítica especializada e do público e levando até uma indicação ao Oscar de Melhor Ator.

Stanley é odioso, grosseiro, estúpido, mas a forma com que Marlon interpreta é tão realista e sensacional, que chega a ser impossível não se deixar cativar por Stanley.

Kim Hunter também brilhou como Stella, e Karl Malden não decepcionou como o apaixonado e enganado Mitchell.

Uma Rua Chamada Pecado  venceu vários prêmios, tais como:

Oscar de Melhor Atriz 1952: Vivien Leigh

Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante: Kim Hunter

Oscar de Melhor Ator Coadjuvante: Karl Malden

Volpi Cup Melhor Atriz: Vivien Leigh

Globo de Ouro de Melhor Atriz Coadjuvante: Kim Hunter

Prêmio BFA de Cinema: Melhor Atriz: Vivien Leigh

Oscar de Direção de Arte: George James Hopkins e Richard Day

Premio Juri e Prêmio de Melhor Atriz no Festival de Veneza: Vivien Leigh
Algumas curiosidades sobre o filme.

- A atriz Jessica Tandy era inicialmente a preferida para interpretar a personagem Blanche DuBois em Uma Rua Chamada Pecado, pois já havia interpretado o papel na Broadway. Entretanto, Vivien Leigh terminou ficando com o papel devido a questões de bilheteria, pois o nome de Leigh atrairia mais público aos cinemas do que o de Tandy;

- Olivia de Havilland chegou a ser contactada para assumir o personagem Blanche DuBois, ainda antes da contratação de Vivien Leigh, mas terminou recusando o papel;

- Todos os atores de Uma Rua Chamada Pecado já haviam interpretado os mesmos papéis na Broadway. A exceção fica por conta de Vivien Leigh, que havia interpretado Blanche DuBois em Londres apenas.

- Na época de seu lançamento, Uma Rua Chamada Pecado foi exibido com 3 minutos a menos, devido a cenas censuradas na época.

- Vivien Leigh sofria de problemas psicológicos na vida real, sendo muito semelhante ao de sua personagem no filme.

- Embora pareça muito mais velha, Vivien Leigh tinha apenas 38 anos durante as filmagens do longa.

- Marlon Brando e Vivien Leigh tiveram um breve caso durante as filmagens, quando ela ainda era casada com Laurence Olivier.

''Eu sempre dependi da bondade de estranhos''. - Blanche DuBois.

Abaixo, confira o trailer de Uma Rua Chamada Pecado: