
Sim, meus caros, estou falando dela mesma, a inigualável Olivia de Havilland.
Hoje vou falar sobre um dos melhores filmes da carreira de Miss de Havilland, A Porta de Ouro.
ATENÇÃO! SPOILER. SE NÃO GOSTA, NEM CONTINUE LENDO.
A história começa quando Georges Iscovescu chega aos estúdios da Paramount Pictures para falar com seu 'amigo' diretor, com o intuito de vender a ele a história de sua vida por apenas quinhentos dólares.
Desinteressado e com pressa, o diretor se recusa a ouvir a história, mas Georges começa a contá-la, prendendo a atenção do mesmo.
Georges é estrangeiro, fora um dançarino de sucesso, mas agora está falido, e tem como objetivo apenas uma coisa: entrar legalmente nos EUA para se reerguer.
Mas, como nem tudo na vida é fácil, ele passa cinco meses numa cidadezinha do México, que faz fronteira com a Califórnia, esperando ansiosamente para que tenha seu visto liberado. Como o tempo de espera varia dentre cinco e oito anos, Georges começa a entrar em desespero, quando encontra sua ex-parceira de dança e amante Anita, que dá a ele uma grande, mas difícil ideia: casar-se com uma americana, assim, ele terá seu visto em apenas quatro semanas, e depois poderá se divorciar e tocar sua vida nos EUA.
Como era feriado de 4 de julho, a pequena cidadezinha mexicana estava sendo muito visitada por americanos, que queriam 'escapar' das tradicionais festividades do feriado e aproveitarem as touradas e etc.

Voltando à busca de Georges, podemos dizer que ele não obteve nenhum êxito, até que ele reencontra com Emmy, mas desta vez, ela estava numa oficina mecânica em frente ao hotel Esperanza, esperando que seu carro fosse consertado e tentando fazer seus alunos ficarem quietos.
Em meio a indiretas, Georges descobre que a jovem professora não é casada, que é apenas uma professorinha de Asuza, uma cidadezinha do interior da Califórnia, cuja as expectativas de se casar algum dia são iguais a zero.
Vendo que aquela seria a sua grande chance, Georges arma um plano para prender Emmy na cidade por mais algum tempo, obrigando-a a dormir no mesmo hotel que ele, juntamente com seus alunos. E é nessas poucas horas que Georges consegue dar o golpe na garota, seduzindo-a com palavras bonitas, e casando-se com ela na manhã seguinte.
Porém o carro de Emmy fica pronto e ela tem de partir, mas promete esperar ansiosamente as quatro semanas restantes para que seu amado possa entrar nos EUA e lá, acredita ela, serem felizes na pequena cidade de Asuza.
Três dias após a partida de Emmy, Georges e Anita comemoram o golpe, que não passa despercebido por um agente da imigração, que, como manda à Lei, deve assegurar-se de que nenhuma jovem ou jovem americano caia no golpe do falso casamento.
Enquanto comemoram, Georges avista o que ele menos queria ver: Emmy chegando no hotel.
A moça, feliz da vida, diz que ganhou uma semana de férias da escola, pelo fato de ter se casado. Desesperado com a ideia de que seu golpe possa ser descoberto, ele a leva para uma viagem de ''lua-de-mel'', no interior do México. Visitam um pequeno vilarejo, onde está ocorrendo a festa dos ''recém-casados'', e, conforme manda a tradição do local, o casal - mesmo sendo americano-, participa de uma brincadeira: chacoalhar um pé de oliveiras. O número de azeitonas que cair representa o número de filhos que o casal terá. Caídas três, Georges logo percebe que Emmy está cada vez mais apaixonada e mais iludida com esse casamento.
Como não tinham um lugar para dormir, improvisaram o carro, onde deveriam passar suas núpcias, mas Georges, com medo de desgraçar ainda mais a moça com o falso casamento e ficar preso à Emmy por mais um tempo, finge um pequeno acidente, o que impossibilita as núpcias do casal.
Na manhã seguinte eles vão para outro local, desta vez uma praia. Lá, naquele dia bonito e ensolarado, Emmy decide dar um mergulho, e quando Georges a vê brincando na água tão pura e ingênua, não consegue resistir aos encantos da moça.
É o último dia das férias de Emmy, e ela terá de voltar à Asuza, mas quando chegam no hotel para buscar as coisas de Emmy, Georges confessa à sua amante, Anita, que se apaixonou por Emmy e que não irá se separar dela. Revoltada, Anita conta toda a verdade à Emmy, que mal teve tempo para aceitar os fatos, quando o chefe da imigração a chama e a questiona, a fim de descobrir o golpe de Georges. Como ela o ama muito, nega qualquer acusação contra seu marido, deixando-o livre de suspeitas, mas após isso, ela pega suas coisas e vai embora, dizendo que nunca mais quer ver Georges.
Ele fica desolado, e ao mesmo tempo, preocupado, pois como ele mesmo diz ''enquanto meu coração batia acelerado, havia, na estrada, pés muito mais acelerados e um coração nervoso.''
Bom, já dá pra imaginar o que houve, não é? Ainda incrédula com as mentiras de Georges, Emmy fica nervosa e acaba se distraindo em meio a estrada, quando cai em um precipício e capota o carro diversas vezes.
Georges é informado do acidente de sua esposa, que se encontra entre a vida e a morte em um hospital de Los Angeles. É aí que ele se dá conta do quanto a ama, e, em desespero, ele atravessa ilegalmente a fronteira, sendo perseguido pela Polícia Federal e causando um grande alarme.
Chegando no hospital, Georges encontra com a mãe de Emmy e o diretor da escola em que ela leciona, e fica sabendo do quão bem falado ele fora pela moça.
O médico, entretanto, não dá mais esperanças, até que Georges entra no quarto e segura nas mãos de Emmy, que, mesmo estando inconsciente, consegue perceber que quem está ali é Georges, e ele, por sua vez, ajuda sua amada a se recuperar. Após uma conversa com o diretor, Georges necessita devolver os 500 dólares que Emmy lhe deu, dinheiro este que ela estava guardando para se pós-graduar.
E é aí que ele procura o diretor de cinema, o que nos leva de volta ao começo.
Mas, caros leitores e espectadores, nossa história não termina aí. Ele consegue sim os quinhentos dólares, mas é levado de volta ao México, escapando de um processo federal, devido as circunstâncias que o levaram a atravessar a fronteira ilegalmente.

Sobre o filme...
Bem, vocês perceberam que é um drama, um romance como sempre vemos, certo? Certo. Mas este filme, mesmo sendo um pouco clichê, nos brinda com uma ótima direção, a impecável fotografia em preto e branco e com atuações extraordinárias, destaque, é claro, para a de Olivia de Havilland, que fora indicada ao Oscar de Melhor Atriz por sua performance neste filme.
Charles Boyer também esteve bem, e Paulette Goddart, quem diria que ela iria nos deslumbrar com a ótima interpretação da vilã Anita? Outros quesitos importantes no filme é a crítica ao sistema americano de imigração e as dificuldades que muitas pessoas necessitadas do auxílio americano passam por não obterem o visto com mais antecedência.
Não vejo muitos pontos negativos neste filme, o que me fez dar a ele uma nota cinco estrelas nos sites de cinema, como o Filmow, por exemplo. Olivia de Havilland é, de fato, uma das melhores atrizes que esse mundo já viu, e hoje, com noventa e nove anos, prestes a completar seu centenário em julho deste ano, é considerada a maior lenda viva do cinema, sendo homenageada de todas as maneiras possíveis e sempre sendo lembrada por sua beleza, seu talento e sua doçura nas telas.
Essa é a a primeira postagem que faço sobre Olivia neste blog, mas não a primeira que escrevo, e nem será a última. Ainda virá o ''Melanie Beyond'', que pretendo publicar no tão esperado primeiro de julho. Minha total admiração a essa atriz e mulher magnífica, que completará seus 100 anos cheia de saúde.
Obs: Infelizmente não há o trailer do filme no Youtube.
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